sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Fim de tarde de uma quinta-feira.
Resolvo sentar com um caderno velho e começo a reler textos que um dia rascunhei ali.
Lembro de tantos sentimentos. Cada texto me remete à uma história, à uma memória. Sentimentos doces e amargos, sonhos, decepções, frustrações e alegrias. Cada instante daqueles passa em minha mente como se tivesse acontecido ontem.
Um bistrô que era o cenário de uma história, o cheiro de lírios brancos que estava em outro momento, um banco no parque, o sabor do sorvete de chocolate branco, o pôr-do-sol olhando o mar, a praia em noite de lua cheia, o cheiro do perfume não mais fabricado.
É quando penso no seu cheiro. E lembro do seu sorriso. Seus olhos verdes que parecem enxergar minha alma. Seu abraço que me protege. O sabor da vitamina que você fez pra mim. O som dos pássaros ao acordar ao seu lado.
Resolvo escrever mais uma história. A história de alguém que se apaixonou.
Apoio o caderno na mesa e já abro em uma página em branco para começar a escrever um novo capítulo da minha história. Capítulo que você faz parte.
Começo pelo dia em que nos conhecemos. A longa conversa, a troca de olhares, os dedos se tocando sobre a mesa, as risadas...
Nesse momento a campainha toca. Tento terminar uma frase antes de atender, mas novamente o barulho da campainha me faz levantar. É você. Não sei se dou um abraço, um beijo. Apenas balanço a cabeça fazendo o convite para entrar.
Sentamos um de frente para o outro. Fecho o caderno com o lápis marcando a página para que não veja o que estava rascunhando. A mesa parece ser infinitamente maior do que é. Parece que estamos tão distantes. Queria estar mais próximo. Queria que não houvesse a mesa impedindo que um abraço acontecesse. Estar novamente com você perto de mim faz com que eu perceba como sinto tanta saudade que chega a doer meu corpo. Falamos sobre assuntos triviais. Trabalho, clima, o filme que está em cartaz, a reforma na rua. De repente o silêncio. Parece que não temos mais o que falar. Conversávamos por horas sem parar e agora não conseguimos manter um diálogo de poucos minutos.
Resolvo fazer um café. Pelo menos enquanto espero a água ferver não preciso me culpar por não ter assunto para discorrer. Alguns minutos depois retorno com o café pronto e me deparo com você lendo o que tinha iniciado a escrever instantes antes de você chegar. Você está sorrindo. Eu estou com as bochechas vermelhas de vergonha. Também sorrio. Juntos relembramos aquele dia e você comenta sobre o sanduíche que comemos, o panetone que você comprou para o café da manhã, as conversas dentro do seu carro. Pego o caderno, sento ao seu lado e começo a escrever mais recordações. Com sugestões suas o texto de memórias vai aumentando. Ao virar a página minha mão encontra a sua e não sei se parecem polos diferentes ou iguais de um ímã. A atração existe, mas ao mesmo tempo as mãos se repelem. Você se levanta pedindo o livro que veio buscar para poder ir embora. Vou ao meu quarto buscar o livro e com ele na mão sento em minha cama e começo a chorar. Choro pela saudade, pela falta que você faz nos meus dias, pela ausência do seu beijo, pelas noites que não passamos mais juntos, pelos telefonemas que não acontecem mais. Você entra no quarto e se senta ao meu lado pegando um dos travesseiros e o coloca sobre seu colo, depois me tocando no ombro me faz deitar sobre ele. E, chorando, eu começo a falar sobre como tenho sofrido nos últimos dias. Sinto uma gota no meu rosto. É uma lágrima sua.
E naquele momento começamos a conversar honestamente sobre tudo o que sentimos, sobre o que passamos, os medos, as dúvidas, os motivos que nos levaram a estarmos nessa situação. Já é noite e continuamos conversando como nunca antes havíamos sido sinceros. Falo tudo o que me magoou e você também abre seu coração pra mim. Peço desculpas por todos os erros que cometi. Você me abraça e diz que nós dois erramos muito, mas que o nosso sentimento foi um acerto, pois é real.
Eu toco seu rosto e vou em direção a ele. Nossas bocas se encontram num longo beijo que torço para que não acabe nunca. Mas ele acaba.
Você se levanta dizendo que precisa ir embora e, com o livro na mão, eu o acompanho até a porta. Um abraço longo. Entrego o livro em suas mãos, sorrio, você vai embora e vendo você entrar no elevador eu volto para casa. A saudade parece ter diminuído com sua presença, mas ao fechar a porta meu peito dói por não saber quando nos encontraremos novamente, nem mesmo se nos encontraremos. Vou deitar chorando mas com a esperança de que amanhã será um dia melhor.

(outubro/2013)

sábado, 19 de maio de 2012

É complicado passar tanto tempo sem criar expectativas sobre ninguém e, de repente, você se depara com uma situação que há anos não se encontrava: dúvida sobre o que alguém pensa e sente a seu respeito.
E o pior de tudo é saber que não vai dar em nada, pois quem quer faz!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

preconceito


É doloroso ver como o Brasil ainda é um país tão preconceituoso.

Após a entrevista do Bolsonaro no CQC sobre o uso da camisinha em que ele diz que quem pega AIDS por vadiagem não deve ser tratado e, depois em entrevista também no CQC com várias respostas preconceituosas, houve um grande rebuliço.

Vi muita gente criticando suas atitudes, sua visão do valor da família completamente distorcida.

Acredito que ele sinta uma necessidade muito grande de ser polêmico. Ele gosta de estar em evidência.

Mas estar na mídia por ser ignorante já é demais.

Então fui ver alguns vídeos dele no youtube.

O que mais me chocou foi a quantidade de comentários apoiando o Bolsonaro.

Alguns comentários no vídeo "Pegar Aids por Vadiagem Não é Problema do Estado" :

"Se você frequenta a região do frei caneca então vá logo fazer um teste de HIV caso não utilize camisinha.

E uma pessoa que frequenta um lugar desses não pode ser levado em conta. rbareiro"

"Vejo o seguinte: quem optou em ser gay ou lésbica, primeiramente precisa se arrepender e voltar pra Deus, ou Deus está nisso ?. Segundo: enquanto não busca a Deus, não precisam ser descarados, ou seja, quem é Gay ou lésbica, porque não se limitam a serem pessoas normais, como qualquer homem ou mulher e dentro de 4 paredes, façam o que acham que devem fazer ?. Porque voz fina ?, mulher masculinizada ?, enfim ?. Não seria mais fácil conviver do que ser apontado?. rotadoco"

"Por mais absurdo que seja, ele está certo.

“Fimília desentruturada + Promiscuidade + drogas + homosessualismo = AIDS rbareiro"

E alguns comentários do vídeo "O Povo Quer Saber: Jair Bolsonaro":

"Heil Bolsonaro!

=P

Vou transferir meu título para o Rio só para votar nele. izdurg4ever"


"PARA PASSARINHO!!!

QUEM NÃO GOSTA DE POLICIA É BANDIDO E QUEM DEFENDE VIADO É VIADO TAMBEM!!! vai na parada gay e sai do seu armario, que dar seu rabo asar o seu... EU NÃO ESTOU PEDINDO PRA VC SER COMO EU, MAIS TAMBEM NÃO ME OBRIGUE A SER COMO VC!!! PARA COM ESSE PAPO DE VIADO MORALISTA QUE VIADO NÃO SOU OBRIGADO A GOSTAR NEM ACEITAR O HOMOSSEXUALISMO QUE PARA MIM É FALTA DE VERGONHA NA CARA E PORRADA!!! joao777ify"


"concordo , esse babacas que gostam de dar o rabo , querem que o povo brasileiro engula a seco, o homossexual, meu amigo se o kara e viado , com certeza e pq nao foi bem educado, e os pais sempre o deixaram jogado., nao teve acompanhamento. luandbk"


"BOLSONARO PARA PRESIDENTE!

ELE FALOU EXATAMENTE O QUE EU PENSO!

APESAR DE NÃO TER VOTADO NELE POR EU SER PAULISTA, SINTO-ME REPRESENTADO NA CAMARA DOS DEPUTADOS! izdurg4ever"


É vergonhoso ver como há pessoas que pensam assim e concordam com Bolsonaro.

Ignorantes que pensam que homossexualidade é sinônimo de doença ou promiscuidade. Ou que alguém se tornou gay por falta de educação, ou mesmo de porrada. Ou então que agredir alguém por ser gay não deve ser crime pois agredir hetero por ser hetero não o é.

E eu diria: Quando você tiver um filho gay, deixe que eu o culpo pela “educação falha”. Ou: no dia que algum cara estiver beijando sua namorada e sentir que foi discriminado por isso me avisem...

Sinto vergonha e pena dessas pessoas. E ao mesmo tempo sinto medo por perceber como o percentual de quem pensa dessa forma é alto. Quem está no poder é apenas um reflexo de milhares que o colocaram lá.

Torço para que o Brasil consiga caminhar mais rápido rumo ao respeito, solidariedade e igualdade.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Dream on, dream on, dream on.
Dream until your dreams come true"

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

queria viajar no tempo e ir seis meses pra frente... só por 1 minuto e poder ver como as coisas se encaminharão...

domingo, 29 de agosto de 2010

às vezes me deparo esperando muitas coisas da vida, coincidências, sinais, presentes, situações possíveis só nos filmes...
mas é muito fácil apenas esperar e não agir.
claro que algumas ações podem nos deixar expostos demais. numa saia-justa.
mas será que não vale a pena arriscar? dar a cara a tapa?

que venha uma ótima semana. é o que peço.

sábado, 7 de agosto de 2010

“Só se vê bem com os olhos do coração. O essencial é invisível aos olhos”. (St. Exupéry)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

simples

hoje assisti "valentine's day". ainda não tinha visto o filme.
achei bem legalzinho. filme que você vê duas vezes e já tá bom. mas vale a pena ver as duas.
achei uma versão americana do "love actually". se passa em um feriado, várias histórias com diversos personagens que se cruzam em alguma parte do filme.
claro, que o melhor do filme é julia roberts... nossa! linda como sempre. e fazendo um personagem com um final maravilhoso.
quando todos acham que a mãe do garoto morreu, ai ela aparece pra mostrar que a ausência da mãe ao longo do filme é por estar longe e não morta.
uma viagem de 14 horas para passar uma noite nos EUA e voltar no dia seguinte por mais 14 horas não era por causa de marido ou namorado. mas sim de seu filho, pessoa mais que preciosa.
e é assim. puro. o amor é simples.
não podemos complica-lo. distorce-lo. imagina-lo.
é mais de sentir. simples assim.

terça-feira, 13 de julho de 2010

cater 2 u

"Let me help you
Take off your shoes
Untie your shoe strings
Take off your cufflinks
What you want to eat boo
Let me feed you
Let me run your bathwater
Whatever you desire, I'll suply ya
Sing you a song
Turn my game on
I'll brush your hair
Help put your do-rag on
If you want a foot rub
if you want a manicure
Baby I'm yours
I wanna cater to you boy"

adoro a letra dessa música.
simples. aborda o cotidiano.
e é uma bela declaração de amor e de vontade de dar carinho.
tem tempo que não sinto isso. engraçado... às vezes penso que é bom ter esse sentimento mesmo se frustrando depois, mas ao menos nos sentimos vivos (meu lado sagitariano falando).
e aí penso que quando for sentir isso novamente, que seja pra valer, e com retorno (meu ascendente em áries falando).

bom... não controlamos o amanhã. não controlamos o coração.
que venha o melhor sempre. [só] isso que peço.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

melhor palavras ditas que nos tiram as esperanças do que palavras não ditas que prolongam um sofrimento maior posterior.

as pessoas têm medo de expressarem o que sentem numa tentativa inútil de preservação do próximo (ou de si mesmas... vai saber).

mais simples ser sincero com os próprios sentimentos e jogar limpo com os sentimentos daquele que está perto para não gerar uma bola de neve de desentendimentos.


*ausente do blog. preciso voltar a postar mais os pensamentos... as migalhas que se passam pela mente que não pára.